domingo, 1 de novembro de 2009

Quer aprender, crie um blog!

09/02/2007 - 20:47 - ATUALIZADO EM 15/06/2009 - 21:50
Como alunos e professores estão usando os diários na internet para partilhar dúvidas, estimular pesquisas e incentivar a troca de informações
PALOMA COTES
O OVO OU A GALINHA? Mayara criou um blog para descobrir quem veio primeiro

Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha? O enigma levou Mayara Ferreira Ciriaco, de 14 anos, aluna de uma escola pública da periferia de Araxá, em Minas Gerais, a melhorar seu desempenho escolar. Como? Depois de pesquisar em sites, entrevistar especialistas por e-mail e participar de listas de discussão, ela montou um diário on-line - ou blog - sobre o assunto com a ajuda dos professores e do Instituto Ayrton Senna. Suas notas melhoraram e seu interesse pela escola aumentou. Mayara e outros milhares de alunos e professores descobriram que os blogs são um poderoso instrumento para o ensino.

Com os blogs, os alunos vêem que o resultado de seu trabalho não fica guardado em pastas. "Adorei o fato de outras pessoas terem visto o que fiz", diz Mayara. Segundo Marlene das Dores, que implementou o projeto de blogs quando era diretora da escola em Araxá, a freqüência dos alunos aumentou. Os que participaram, segundo avaliação feita pelo Instituto Ayrton Senna, melhoraram sua expressão escrita e verbal, venceram a timidez e hoje mostram mais vontade de pesquisar, têm mais interesse em estudar e apresentam uma visão crítica do mundo. "Alguns chegam a discordar do professor sobre assuntos expostos em aula", diz Marlene.

Com linguagem coloquial, os blogs viraram uma ferramenta pedagógica valiosa. "Eles são capazes de aproximar alunos e professores, ainda distantes na escola tradicional", afirma Betina von Staa, coordenadora de pesquisa da divisão de portais educacionais da Positivo Informática. Na escola tradicional, com lousa, giz, mesa e carteira, o professor costuma ser o único detentor do conhecimento. Com os blogs, esse modelo muda. "A sala de aula tradicional se consolidou num modelo em que um sabe mais e, por isso, ensina, fala, transmite a mensagem, e outro sabe menos. Ou não sabe nada. Por isso, copia, repete, decora", afirma Andrea Ramal, autora do livro Educação na Cibercultura. "Esse modelo não é condizente com a realidade, por isso, não se sustenta mais."

ESTÍMULO A professora Renata (à dir.) na sala de informática com seus alunos. Ela usa blogs para ensinar português

Plugados, crianças e adolescentes de hoje acabam se identificando com o professor blogueiro, pois o mestre que está ali para ensiná-los também está disposto a aprender no mesmo universo virtual em que eles adoram navegar. Nos 1.351 blogs de professores hospedados no Portal Educacional, os docentes colocam exercícios, gabaritos de provas, desafios, mapas e ilustrações. Com isso, não precisam mais perder horas corrigindo provas ou carregando pastas e mais pastas. O professor de Química Telson Melentino Júnior, do Colégio Max, em Cuiabá, Mato Grosso, aposentou o site que mantinha desde 2000 para aderir ao blog. "Eu pagava a um técnico para fazer as atualizações. Com o blog, não dependo de ninguém", diz.

Além da praticidade para os professores, os alunos acessam as páginas também para fazer comentários. "A aula não fica mais restrita aos 45 minutos. Ao acessar o blog, o professor aumenta o interesse dos alunos", afirma Betina. Conectados, os professores passam a colocar em seus blogs links para páginas interessantes. Isso aguça a curiosidade dos alunos e contribui para a constante reciclagem do educador.

Tal necessidade levou a professora de Português Gládis Leal dos Santos a montar mais de seis blogs na escola pública onde dá aulas, em Joinville, Santa Catarina. Além dos recursos de texto, ela costuma colocar nos blogs fotos de atividades e até vídeos. "Como o tema agora é o aquecimento global, vou buscar no YouTube vídeos sobre o assunto", diz ela.

Embora sejam uma ferramenta eficaz, os blogs ainda estão distantes da maioria dos alunos. Dados do Censo Escolar de 2005 mostram que apenas 30% dos alunos do ensino fundamental têm acesso a computadores. No ensino médio, é pouco mais da metade. O país está em penúltimo lugar em um ranking da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico em número de computadores por aluno. Aqui, a média é de uma máquina para cada 50 alunos. O recomendável é uma máquina para cada cinco estudantes. Exemplos como o de Araxá mostram que a curiosidade dos alunos e o empenho dos professores podem dar resultado. Depois da criação dos blogs, a repetência dos alunos da rede pública municipal praticamente zerou. Nas outras escolas da cidade, 20% dos alunos são reprovados ao fim de cada ano letivo. O Instituto Ayrton Senna atribui esse resultado à disseminação dos computadores e dos blogs.

AS VANTAGENS DOS BLOGS
Os principais benefícios para professores e alunos
Aproximar professores e alunos
Os estudantes tendem a se identificar com o professor blogueiro. Se o aluno cria um blog, os professores têm um espaço a mais para orientar o aluno
Permitir maior reflexão sobre o conteúdo
Quando o professor blogueiro expõe sua opinião, está sujeito a críticas e elogios. Com isso, reflete sobre seu trabalho e faz os alunos pensar mais sobre o tema proposto
Manter o professor atualizado
O professor blogueiro busca em outros sites e blogs informações para compartilhar com os alunos. Isso o coloca em permanente reciclagem
Criar uma atividade fora do horário de aula
O estudo não fica restrito aos 45 minutos de sala de aula. Com o blog, o professor instiga os alunos a estudar mais. Eles buscam no blog desafios, exercícios e gabaritos
Trazer experiências de fora da escola
O blog abre as atividades da escola para pessoas de outros colégios, cidades e até países colaborarem. Isso amplia a visão de mundo da turma
Divulgar o trabalho do aluno e do professor
As produções do aluno ou do professor podem ser vistas, comentadas e conhecidas por qualquer internauta do mundo. Isso é um incentivo para alunos e professores se dedicarem
Permitir o acompanhamento
Com os blogs, os pais podem monitorar as atividades escolares dos filhos. E também ter acesso ao que o professor está ensinando. Isso não é possível com as aulas
Ensinar linguagem digital
Ao montar blogs, alunos e professores passam por um processo de "alfabetização digital". Aprendem a fazer downloads e outros recursos para navegar com facilidade






Fotos: Roberto Chacur e Cláudio Rossi/ÉPOCA
Revista Época, n.456,12/02/2007

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Fábrica de Resenha

OS SIMPSONS - O FILME (2007)
Quarta-feira, retorno de mais um dia de trabalho!
"O que fazer?" Diria a minha mais nova antiga amiga Cida.
"Ah, já sei... Vamos assistir ao filme dos Simpsons?"
Fiquei um tanto quanto em choque, mas mantive a classe... É que não tinha a mínima noção de que ela tivesse uma atração pela família Simpsons. Nunca tinha ouvido ela comentar a respeito.

"Eh, eh...vamos, sim" - respondi, sem conotar nenhum tipo de ironia ou desconforto. Ela não percebeu.
A sala de cinema quase toda a nossa disposição...
Inicia-se, então, um dos representantes mais críticos do "modus operandi" do "american way life"...

Claro que é uma crítica muito lúcida e, talvez, muito atormentada do modo de viver e pensar americano.

"Os Simpsons - o filme" não diferem quase nada do que já estamos acostumados a acompanhar pela televisão: crítica cáustica ao próprio modo de vida americano, posturas mais do politicamente incorretas, exacerbação nada ufanista e escrachada, enfim, o verdadeiro rosto de muitos americanos que se sentem os donos do mundo, os donos do poder...

O humor atroz, vivaz, inteligente leva-nos a um misto de pensamento filosófico, psicológico, sociológico, antropológico... Principalmente, para nós, educadores que adoramos "teorizar" sobre o mundo!! As situações "cômicas" assumem vieses, muitas vezes, de profunda reflexão sobre o mundo, sobre as pessoas, sobre costumes, hábitos e culturas.

No início, em plena igreja, o vovô Simpson é possuído por um espírito e faz premonições catastróficas. A cena do espírito incorporado é, no mínimo, intrigante, pois era quase visível a sobreposição de outras imagens que nos lembram grandes ritos de determinadas igrejas em nosso país. A alienação se coloca como eixo.

A catástrofe anunciada envolve o ataque cruel da humanidade sobre a natureza e, conseqüentemente, a sua vingança. Lisa Simpson, com seu tom politicamente correto, assume a defesa do meio-ambiente. As reações da população de Springfield ao trabalho de conscientização de Lisa em muito se assemelham a posição tomada pelo EUA, no protocolo de Kyoto: "tô nem aí, não tenho nada com isso".

E quem é que provoca o maior "desastre ambiental", em Springfield. Não poderia ser ninguém menos do que Homer!! Obviedade característica!

Não poderia faltar, óbvio, a figura do presidente americano. Mas, não pensem que é o Bush quem aparece. O "Presidente dos EUA" é retratado pelo "rascunho" de ator e "dublê" de governador, o Sr. A. Schwarnegger.

Assim, a cidade é isolada por uma redoma devido ao caos ambiental causado por Homer. A partir daí, o conflito se instaura. A família simpson se vê pressionada a fugir da cidade para o Alaska. E os fatos finais reservam doses certas de gargalhadas e alguma reflexão, se é que ainda é possível refletir sobre alguma coisa mais a esta altura da narrativa.

O que fica como resultado é que o filme convence, diverte e leva-nos a pensar...e muito! Bom filme! Vale a pena!

Ivan Amaro, em 05/09/2007







Portfólios Eletrônicos EEPP III 2011

Propósitos Gerais - EEPP 2

1- Utilizar diversas ferramentas tecnológicas disponíveis na internet, proporcionando a expressão de ideias, pensamentos, reflexões e práticas por meio de linguagens diferenciadas, com a intenção de evidenciar as suas aprendizagens diversas, múltiplas;

2. Evidenciar a integração entre teoria e prática no âmbito dos aspectos de organização da escola em ciclos, no ensino fundamental (princípios, práticas, projeto político pedagógico, planejamento escolar, avaliação,organização curricular, organização do trabalho pedagógico);

3. Evidenciar os processos de aprendizagem relativos aos conhecimentos específicos apresentados na ementa da disciplina Escola Espaço Político Pedagógico 2;

4. Vivenciar a avaliação formativa como princípio teórico/prático para o trabalho pedagógico do professor e dos graduandos de modo a propiciar uma atuação conjunta para promover as aprendizagens, além de servir como prática para pensar e praticar formas alternativas de avaliação na escola básica;

5. Sistematizar as produções para evidenciar os progressos de suas aprendizagens; por meio de reflexões consistentes, fundamentadas, ilustradas com situações do cotidiano escolar;

6. Utilizar linguagens diversas como forma de expressão das reflexões, das aprendizagens.

Propósitos Gerais - EEPP 4

1. 1- Utilizar diversas ferramentas tecnológicas disponíveis na internet,
proporcionando a expressão de ideias, pensamentos, reflexões e
práticas por meio de linguagens diferenciadas, com a intenção de
evidenciar aprendizagens múltiplas;

2. 2- Proporcionar a integração entre teoria e prática no âmbito dos
aspectos de organização da escola do ensino fundamental (projeto político pedagógico, planejamento escolar, avaliação, organização curricular);

3. 3- Evidenciar os processos de aprendizagem relativos aos conhecimentos específicos apresentados na ementa da disciplina Escola Espaço Político Pedagógico 4;

4. 4- Vivenciar a avaliação formativa como princípio teórico/prático para o trabalho pedagógico do professor e dos graduandos de modo a propiciar uma atuação conjunta para promover as aprendizagens, além de servir como prática para pensar e praticar formas alternativas de avaliação na escola básica;

5. 5- Sistematizar as produções para evidenciar os progressos nas aprendizagens; por meio de reflexões consistentes, fundamentadas;

6. 6- Utilizar linguagens diversas como forma de expressão das reflexões, das aprendizagens.